Resenha: “a leitura das imagens” (maria cristina castilho costa)
A leitura das imagens adquire um significado no texto que vai muito além do comum e esperado. A autora consegue definir de maneira muito clara o papel e a importância que têm as imagens, numa visão completamente nova para muitos aqueles que costumam simplesmente “ver” as imagens, e não “ler” as imagens. Nada melhor para começar o texto do que um paradoxo: Cegos lendo imagens. Deficientes visuais que não conseguem ver, mas podem compreender muito mais uma imagem do que muitos que conseguem enxergar no sentido literal. Maria Cristina cita Evgen Bavcar, um fotógrafo esloveno que é cego desde a adolescência. Este fotógrafo garante que “a imagem não depende da visão, mas da concepção interna, filosófica e subjetiva que o mundo nos inspira”. Ele participa do documentário A janela da alma, de Walter Carvalho e João Jardim, e resume bem a mensagem que o texto em si quer passar: A imagem é um processo complexo que envolve literatura, experiência, sentimentos e uma capacidade de ver para além do visível. A autora do texto também aborda o assunto a partir de uma visão médica citando Oliver Sacks, um neurologista. Baseando-se em experiências com alguns pacientes, conclui-se que o cego não é somente um deficiente visual, mas que existe toda uma relação do indivíduo com o mundo que é fundamental e individualiza cada caso. Aquele que não vê e depois de algum procedimento médico passa a enxergar, precisa passar por um processo de aprendizagem muito complexo para conseguir associar as imagens ao que seu cérebro sempre compreendeu. Diante de certas experiências, a impressão que fica é que as imagens tornam-se pequenos detalhes diante de uma compreensão muito maior de mundo, envolvendo sensações, sentimentos, sentidos... A partir de tópicos discutidos anteriormente, a autora fala sobre a importância da educação na socialização de um indivíduo. Normalmente não é dada a devida atenção ao estudo das