Resenha – A Era das Revoluções – Segundo capítulo – A Revolução Industrial
Hobsbawn inicia o capítulo citando trechos de Arthur Yong e de Toqueville, análises desses autores sobre a situação da Inglaterra no período da Revolução Industrial, já que este foi o país considerado pioneiro dessa nova forma de organização social e econômica que se tornaria prática comum no mundo inteiro, principalmente e mais rapidamente nos países ocidentais do globo. Enquanto o trecho de Arthur mostra uma grande admiração pelas inovações desta nova era, exaltando o avanço tecnológico e o pensamento progressista de seus idealizadores, que se desprendem de amarras tradicionais para desenvolver a sociedade de uma forma mais moderna, Tocqueville se mostra mais cético, pontuando que todo esse processo de avanço é decorrente de práticas e conceitos sociais que não considera “limpo”, provavelmente por um ponto de vista ético e humanitário quanto ao âmbito social que cerca as atividades e implementações do cercamento dos campos e da industrialização das cidades, como Manchester. Ainda assim, o historiador francês não nega que observa o ápice do desenvolvimento, ainda que seja acompanhado da brutalidade.
O autor começa o seu texto utilizando a Inglaterra como ponto de partida para o estudo da Revolução Industrial, já que a literatura e História mundial começam a discorrer sobre o assunto na década de 1830, que ainda assim só é popularizado na próxima década (1840), com a repercussão da ideologia comunista. O processo ocorreu no país antes do termo ser inventado, na década de 1820, comprovando assim o pioneirismo da Inglaterra. Foi no país que a industrialização se alavancou de forma estrondosa, com as condições econômicas e sociais para que o processo ocorresse de forma tão eficaz para sua premissa.
Ele considera a década de 1780 como o verdadeiro início do processo. Apesar de uma mentalidade progressista de avanço tecnológico e crescimento auto-sustentável do proletário desde o século