Resenha -A arte de restaurar histórias-Parte 2
O livro de uma linguagem simples, mas que traz referencias acerca da psicoterapia, não apenas ela propriamente dita, Jean leva a terapia por todos os âmbitos de sua vida, trazendo não só o conceito como também descreve sentimentos a respeito da terapia através de palavras. Em uma de suas comparações descreve uma colcha de retalhos com a terapia, o papel do mestre artesã se torna semelhante ao do psicoterapeuta metaforicamente falando.
“E o que é ser terapeuta senão isso: ter tempo, olhar com atenção, garimpar e colecionar minúsculos e insignificantes pedaços de fios de histórias, formando pequenos novelos, reservando-os para serem usados no momento certo do bordado; ficar atenta ao potencial que esses pequenos pedaços têm, organizando-os, classificando-os e guardando-os?” (JEAN, P.94)
Jean leva para o leitor os sentimentos e as emoções sentidas na terapia, de como é prazerosa e bela essa profissão. Em um capítulo descreve o sabor de ser terapeuta, são todos os sabores e um pouco mais, vai desde a maturidade que é representado pelo sabor da manga, passa pela quietude e paz da canela, até a transformação para algo novo, que cita como a hortelã. Ou seja, o ser terapeuta leva uma bagagem da experimentação de todo o tipo de sentimento e emoção, afinal se tratando do ser humano em um momento de descarrego em uma sala de terapia é transbordada de emoções e sabores, alguns bons outros ruins, mas todo esse processo faz parte do tratamento do sujeito.
Outra discussão trazida por Jean é a respeito do próprio terapeuta, como se dá a tirada de seus ‘aprioris’ em uma terapia se o próprio terapeuta tem suas questões e sofre também. Por se tratar de um psicólogo o senso comum tem a ideia estereotipada que este não sofre, não se estressa, não tem problemas, se esquece que psicólogo é humano assim como qualquer outro. A tirada de ‘aprioris’ não significa esquecer completamente de si e se atentar exclusivamente ao outro, Jean