Resenha - vertov
O livro “Vertov – O homem e sua câmera” além de contar a saga de Dizga Vertov para realizar seu experimento realizado nos anos 20, descreve a história de um pioneiro nos registros cinematográficos e documentais. Apesar de ter estudado Medicina, Vertov estava sempre direcionado para os movimentos artísticos e descobriu seu verdadeiro dom no cinema. Ao longo de seu trabalho neste segmento, e apesar de todas as dificuldades, ele nunca desistiu e chegou a registros surpreendentes para a época na qual realizou seu trabalho. Além disso empregava em seus registros inovadoras concepções de montagem, com destaque para a "teoria dos intervalos" que não privilegia um único ponto de vista, e pode ser vista na produção audiovisual de hoje, além de levantar questões como a dicotomia documentário x ficção, as potencialidades de lógicas alternativas para a narrativa e o princípio da metalinguagem. O cineasta enfrentou uma série de dificuldades porque no momento em que o governo descobre o poder do cinema passa a tentar manipular e censurar o conteúdo veiculado para conquistar as massas, porém Vertov sempre estava em busca de um cinema puro, sem a necessidade de relatar necessariamente um drama, um conflito, uma ação narrativamente bem amarrada ou uma sequencia bem comportada de acontecimentos. Sua ideia era trabalhar as imagens exigindo do espectador uma participação mental fazendo com que ele entendesse o que acontecia ao seu redor e não simplesmente aceitasse o que era visto. Além dos aspectos ideológicos Vertov também tinha preocupações com a estética das imagens mostrando uma reflexão sobre a questão do tempo e do espaço. Porém apesar de procurar sempre uma linguagem universal, suas obras atingiam pouco o público pois estimulavam uma percepção extremamente