Resenha ''Uma Pílula para (não) viver''
A depressão, segundo o trabalho enunciado, é vista como uma doença contemporânea enquanto às atuais sintomatologias e no que diz respeito suas abordagens. Questionando os limites analíticos e as atuais terapêuticas psicofarmacológicas, as psicólogas Rita de Cássia e Márcia Alves apresentam uma extensa pesquisa bibliográfica para esclarecer o grande uso de medicamentos psicotrópicos na sociedade ocidental. O artigo compreende uma reformulação da monografia conclusão de curso da autora: “O sujeito anestesiado: o uso dos psicofármacos na contemporaneidade”, apresentada em 2007, sob orientação da co-autora, ao Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria.
Ao longo de 6 tópicos as autoras enfatizam questões históricas e diferentes opiniões sobre o fenômeno, além de analisar seu impacto na vida cotidiana e no meio científico. Iniciado os capítulos por citações de J. Mautner e trechos de contos sobre dependentes químicos de Isa Pessôa, o artigo inicia abordando a obra O mal-estar na civilização de Freud e questiona as exigências do ego na nossa atual civilização. Citando Rudinesco, compara a depressão com a neurose e apresenta os impasses da neurobiologia e da psicofarmacologia.
A posição positivista de Jerusalinsky e o conceito de depressão como epidemia de Nogueira Filho refletem as principais divergências sobre o uso desses medicamentes, assim como a conclusão de Leal de que tais atuais abordagens não priorizam as sutilezas e desfragmentam o sujeito. Retomando a Rudinesco e Freud, o artigo estuda as transformações sociais e as necessidades das ultimas décadas para explicar o crescimento significante do sintoma. Ridel é citado por apresentar novos estudos sobre o paradigma do gozo e à uma nova ordem social na cultura ocidental.
Questões como constituição subjetiva de família e liberdade, regimes