resenha um lugar ao sol
Esse documentário nos leva a um debate sobre visibilidade, poder, insegurança, status e a presença, cada vez mais forte, de uma paisagem vertical. Além disso, procura investigar o momento em que à busca por esse tipo de moradia deixa de ser apenas realização de um sonho, para ser uma necessidade, vendido diariamente pelas construtoras.
Também fala do isolamento em todos os sentidos provocados pela cobertura. Não há vizinhos acima e muitas vezes nem laterais, dando aos moradores a sensação de privilégio, de prepotência, por estarem acima de todos, olhando para baixo e vendo pessoas como pontos diminutos, “inferiores”, porém a maioria dos entrevistados diz não se sentir seguro, possuindo câmeras, alarmes, sensores e até seguranças. Existe ainda o fato que na maioria das capitais brasileiras os bairros mais nobres são do lado de favelas, evidenciando a grande desigualdade social. Por exemplo, uma família do Rio de Janeiro, a qual mora próximo à uma favela, e quando há tiroteio, se comporta como se esse fato fosse em outro mundo e não a poucos metros deles. Isso mostra o sentimento de superioridade da “elite”, os quais acreditam que ouvem o barulho dos tiros mais alto mesmo estando, ao menos, 14 andares acima. Há ainda um entrevistado que ironiza a situação dizendo-se muito triste “por um pobre não poder andar de Jaguar”.
Com isso, podemos refletir sobre a exorbitante diferença social, além do preconceito. Há a criação de uma barreira invisível separando a elite do povo, não só em termos monetários, mas pior na oportunidade de educação.