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Resenha:
Última Hora - Populismo nacionalista nas páginas de um jornal. Antonio Hohlfeldt · Carolina Buckup
Última Hora, populismo nacionalista nas páginas de um jornal, dos autores Antonio Hohlfeldt e Carolina Buckup, traz em suas páginas não só a história do jornal, como também um breve apanhado da história do Brasil contada pelas capas da edição gaúcha do periódico.
Última Hora, um jornal nacionalista, populista e, por vezes, sensacionalista, nasce da convergência dos interesses de Getúlio Vargas e Samuel Wainer. Getúlio acabara de voltar, vitorioso nas urnas, ao comando do país; todavia, era uma figura enfraquecida social e politicamente. Somando-se a isso, desde sua campanha a imprensa insistia em ignorar a Vargas, exceto quando fosse para criticá-lo. Samuel Wainer, então repórter dos Diários Associados, era praticamente o único a acompanhar o presidente e foi em uma de suas coberturas, alertado pelo próprio Wainer sobre o bloqueio da imprensa, que Getúlio sugeriu-lhe a criação de seu próprio jornal. O jornalista, que enfrentava cotidianos embates com Assis Chateaubriand, sabendo que contava com o apoio do presidente, aceitou sua proposta. Assim, após alguns meses captando recursos, entre bancos e apoiadores do projeto varguista, entre eles Juscelino Kubitschek, no dia 12 de junho de 1951, sai às ruas do Rio de Janeiro a primeira edição de Última Hora, levando em suas páginas uma carta de felicitação de Getúlio Vargas, para que não ficassem dúvidas sobre a que vinha o novo jornal.
Por optar pela análise da Última Hora sul-rio-grandense, o livro deixa de aprofundar-se no que diz respeito ao papel do jornal no segundo governo de Getúlio Vargas; todavia, sabe-se que teve uma importância fundamental na legitimação, diante da população, das propostas getulistas, entre elas, e principal, a criação da Petrobras, como nos aponta a capa da Última Hora carioca do dia 06 de dezembro de 1951: “Vargas convoca o povo para a campanha de libertação”, que sugere o tom popular