Resenha - texto competitividade Kupfer
A competitividade, graças a seu caráter complexo e múltiplo, apresenta-se como um grande desafio de compreensão teórica, pois mesmo sendo elaborados diversos conceitos, a amplitude prática do fenômeno acaba por transcender definições. Dessa forma, durante anos restringiu-se a noção de competitividade ao processo de produção, que se reduzia ao mero produto ou ao seu ambiente criador, a firma. Porém, no passar das décadas, em busca de ampliar esse entendimento, foram identificados seus habitats originais: a indústria, pautada no conjunto de firmas, e o mercado, verdadeiro espaço concorrencial capitalista. Esses ambientes centrais do processo competitivo implicaram dois enfoques específicos: o microeconômico vê a firma como sujeito, cujos gestores ou executivos são responsáveis pela tomada de decisões e definição de estratégias concorrenciais. Já a visão macroeconômica elucida a importância de resultados econômicos positivos em escala nacional. O crescimento do número de definições fez também aumentar a preocupação com a sistematização dessa variedade de conceitos. Enfim, a competitividade foi organizada em duas grandes vertentes, que se diferenciam por seu entendimento como um fenômeno de desempenho ou de eficiência. A abordagem da eficiência centraliza no produtor as decisões que determinam seu grau de competitividade através de preços, produtividade, salários e tecnologia mais eficazes em relação à concorrência. Essas escolhas são limitadas por restrições tecnológicas, gerenciais, financeiras e comerciais. Portanto, ao dominar técnicas mais produtivas, anteriores ao processo produtivo em si, as firmas causam a competitividade, classificada como fenômeno ex-ante. Já a vertente do desempenho entende a participação de mercado de uma firma em dado momento do tempo como um medidor de sua competitividade. Por esse motivo, é a demanda que, ao absorver a produção das firmas, irá qualifica-las como competitivas. Assim, a