Emprego
Leonardo Ferreira Neves Junior ∗ Luis Henrique Paiva ∗∗
Introdução O presente estudo procura analisar a relação entre crescimento econômico e emprego, em particular a “intensidade-emprego” do crescimento do produto para a economia brasileira nos anos recentes, com especial atenção para a sensibilidade do emprego formal às variações da produção, uma vez que este tipo de ocupação geralmente apresenta maior qualidade e melhores condições de trabalho e, portanto, maior incidência em termos de promoção do trabalho decente.1 O objetivo principal é discutir a relação entre “crescimento do produto e crescimento dos postos de trabalho”, para investigar mudanças recentes na “intensidade-emprego” do crescimento no Brasil, e de forma comparativa aos países da OCDE, assim como a outros países em desenvolvimento, tomando por referência básica a literatura existente sobre o tema. No caso do Brasil, além da resenha do conhecimento disponível, também se buscou efetuar estimativas sobre as tendências recentes da elasticidade empregoproduto e realizar uma análise comparativa com a experiência internacional, a fim de identificar se as mudanças observadas na elasticidade emprego-produto no Brasil são fenômenos estruturais ou tendências isoladas, assim como se existe algo semelhante ocorrendo à escala internacional. Esta análise encontra-se na parte II do presente documento. Concentrar a análise na relação entre desempenho econômico e emprego implica supor uma hipótese básica: a de que a demanda por trabalho depende,
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Mestre em Economia pela Universidade Federal do Paraná e Funcionário Internacional da Organização Internacional do Trabalho, Escritório Subregional para a América Central, Haití, Panamá e República Dominicana, San José (Costa Rica), ocupando o cargo de Especialista Principal em Política Econômica e Instituições do Mercado de Trabalho.