Resenha sobre o filme Boyhood
Resenha - "Boyhood – Da Infância à Juventude"
Após os créditos do filme dirigido por Richard Linklater começarem a aparecer na tela soltei um suspiro e uma dúvida persistia em minha mente: “O que o autor queria passar para os telespectadores?”. A história tem seu ritmo linear por todo o filme. Conta a trajetória de vida de um garoto chamado Mason desde seus cinco anos de idade até os dezoito, quando ele ingressa em uma faculdade. Não se fixando apenas no protagonista, Mason, o filme detalha, principalmente, o que está ao seu redor, como seu desestruturado núcleo familiar.
O ponto chave de Boyhood é a audácia e inovação do diretor em usar os mesmos atores para gravar o filme durante os doze anos. Sem datas marcadas com “um ano depois” o filme passa e mostra o amadurecimento dos personagens, como a mãe de Mason, Olivia, que foi mãe muito cedo, mas mesmo assim continuou seus estudos e atingiu sua meta profissional como professora em uma universidade. Contando assim até parece que foi fácil toda essa trajetória. Mas o filme aprofunda mais nessa questão em mostrar os relacionamentos conturbados que ela teve com seus cônjuges na tentativa de criar uma nova família.
Nessa linha de mudanças, o pai também tem seu progresso durantes as duas horas e quarenta e cinco minutos de filme, ele deixa de ser o pai ausente que “abandonou o barco” deixando Olivia com seus dois filhos, para depois se tornar um pai responsável e ativo na vida de Mason. O único que parece constante em todo o filme é Mason, sempre muito introvertido e observador, talvez um dos motivos pelo amor por Artes, que o destaca a ponto de ganhar uma bolsa de estudos. O autor mostra claramente as dificuldades que encontramos da infância à juventude como o contato com uma série de pessoas ao longo dos anos influencia nos moldes de nossa personalidade.
O filme não é moralista. Não há nada no tom ditando “isso é bom”, “isso é ruim”, “isso é certo”, “isso é errado”. Nós