Resenha sobre o capítulo “sobre a educação pratica” do livro sobre a pedagogia de immanuel kant
CLAUDIA DE PAIVA BARROSO
A concepção de Educação que Kant apresenta em seu livro perpassa aspectos intelectuais, morais e religiosos. Ele se preocupa, sobretudo, com a conduta do homem.
Ao iniciar o capítulo, Kant explana as três coisas imprescindíveis para uma educação prática: a habilidade, a prudência e a moralidade. Para ele, a habilidade tem que ser fundada e tem que ter o poder de fomentar nos alunos o hábito de pensar. A prudência é considerada a arte de se aplicar essa habilidade. E a moralidade diz respeito ao caráter.
Retomando a questão do conhecimento sólido a ser produzido na educação, Kant utiliza o termo “festina lente”, que engloba favoravelmente a demanda educacional contemporânea brasileira. Infelizmente, na educação brasileira, há uma pressa por trabalhar conteúdos demasiadamente e não há uma preocupação com a solidificação do conhecimento. Ensina-se muito em questão de quantidade, e aprende-se pouco em questão de qualidade. Ao utilizar essa expressão, que significa “Apressa-te devagar”, ele esclarece que para se aprender com profundidade é necessário se dedicar tempo.
É fato que estamos atrasados diante de um mundo tão desenvolvido, portanto devemos nos apressar sim, todavia, não se deve fazer tudo de qualquer jeito, mas deve-se fazer com precisão respeitando o tempo necessário para que o bom resultado aconteça.
Ao tratar a questão do caráter, Kant aborda também a construção da moral. Para ele, se quisermos solidificar o caráter moral das crianças, é necessário fazê-lo através de exemplos e com regras e deveres a cumprir. Sendo assim, torna-se necessário fazer com que a criança reconheça a dignidade humana em si mesma e inculque nelas o respeito e atenção aos direitos humanos. Em Kant, a idéia de verdade está ligada à idéia de dignidade, portanto, o erro é considerado um desacordo consigo mesmo que afeta a dignidade humana.
Em seu livro