Resenha: Sobre a China de Henry Kissinger - Capitulo 1 A singularidade da China.
A história chinesa conheceu inúmeros períodos de guerra civil, interregnos e caos e ao fim de cada colapso, o Estado chinês se recompunha como que por uma lei imutável da natureza. Em cada estágio, uma nova figura unificadora emergia.
Em seu ponto máximo de influência, a esfera cultural chinesa estendeu-se por uma área continental muito maior do que a de qualquer Estado europeu, na verdade, cerca do equivalente à Europa continental. A língua e a cultura chinesas, e o mandato político do imperador, expandiram-se para todas as terras conhecidas: das estepes e florestas de pinheiro ao norte, que chegavam até a Sibéria, às selvas tropicais e terraços de arrozais ao sul; da costa leste, com seus canais, seus portos e suas vilas de pescadores, aos áridos desertos da Ásia Central e picos gelados da fronteira dos Himalaias. A extensão e a diversidade desse território encorajaram o sentimento de que a China era um mundo em si mesmo. Sustentaram o conceito do imperador como uma figura de ascendência universal, governando o "tian xia", ou “Tudo Sob o Céu”.
As reivindicações territoriais do Império Chinês terminavam onde as águas começavam. Já na dinastia Song (960-1279), a China liderava o mundo em tecnologia náutica; suas frotas poderiam ter conduzido o império a uma era de conquista e exploração. Contudo, a