Resenha sobre "Introdução ao estudo da Língua Portuguesa no Brasil”, de Serafim da Silva Neto
(Fernando Pessoa)
Em “Introdução ao estudo da Língua Portuguesa no Brasil”, de Serafim da Silva Neto (1977), o que, de imediato, deseja-se é distinguir os dois ramos nos estudos brasileiros da língua pátria: a história externa (dita de “cunho etnográfico-social”) e a história interna (de “cunho filosófico-linguístico”). SILVA NETO se preocupa, neste texto, principalmente com a história externa da língua portuguesa no Brasil – uma vez que são necessárias diversas investigações regionais para que se possa ter um panorama geral da história interna. É sobre tais aspectos, então, que se debruçará este trabalho.
Primeiramente, há de se destacar a complexidade da formação da língua portuguesa no Brasil, visto as especificidades étnico-raciais aqui presenciadas. Tão logo SILVA NETO (p. 16, 1977) destaca os seguintes pontos principais, resultantes de suas pesquisas:
1. O português brasileiro “não é um todo, um bloco uniforme”. Tendo em vista, inclusive, as dimensões deste país continental, e os diversos usos/as diversas variações que do idioma se faz, é imprescindível enfatizar tal ponto.
2. Os colonizadores (ou invasores?) vieram de diferentes partes de Portugal e, através do contato e interação com os que aqui já viviam, no entanto, pode-se notar a fusão comum.
3. Acompanhando a história e a trajetória dos homens, o português brasileiro primeiro se estabeleceu no litoral. Surgem, assim, dois pontos destacáveis da das características desse português: “a unidade e o conservadorismo”.
4. Distinguem-se, relevantemente, os estratos da língua usada no Brasil: portugueses e seus filhos falariam um português notável, enquanto mestiços e negros comunicavam-se em crioulo ou semicrioulo.
Partindo de tais aspectos, então, SILVA NETO (1977) se propõe a discutir os aspectos formadores da língua portuguesa no Brasil.
Enquanto determinados autores defendiam, em meados do século XIX, que “As línguas são organismos naturais, independentes