Resenha - Sarti, Cynthia. Corpo e Doença no Trânsito dos Saberes
Referências: Sarti, Cynthia. Corpo e Doença no Trânsito dos Saberes. O início do problema abordado se constitui na separação de corpo e doença em áreas distintas, o campo da biologia e o campo simbólico da antropologia. Assim, tais estudos que na maioria das vezes seguem a área da saúde, acabam sendo mais vinculados a parte das biológicas. O que de fato gera uma certa confusão considerando que ambos, corpo e doença, estão relacionados às ciências sociais no geral e os saberes também estão relacionados, é um campo interdisciplinar. É necessária uma separação para que posteriormente haja um encontro, quando possível. Diante do reconhecimento dessa separação, é possível visualizar a relação de cada área com sua parte mais específica, juntamente com a relação com a sociedade e a influência cultural de cada parte. A antropologia também está inserida nessa problemática. É discutida a relação entre o antropólogo e a cultura que ele estuda, aquela que ele não pertence, e isso se torna um problema ético, metodológico e epistemológico, considerando o diálogo sempre. Ao ser uma área que reconhece o discurso do sujeito, se diferencia do campo da saúde, que considera o discurso biomédico. Porém, a antropologia busca, diante de sua perspectiva no estudo do corpo, da saúde e da doença, estabelecer a comunicação possível entre os campos. É uma construção muito válida ao se considerar que tal problemática está presente não só apenas nesses dois campos como em muitos outros, é a inteligência de se compreender eixos diferentes para entender o geral. Com essa diferenciação, podem ser consideradas duas vertentes, a antropologia médica e a antropologia da saúde. A antropologia médica, com referência no saber biomédico, base empírica, caráter instrumental funciona como uma espécie de tradutor diante das diversas linguagens que envolvem o campo biomédico. O que diferencia as duas áreas, medicina e antropologia, é o olhar que cada uma tem sobre o