RESENHA: RELAÇÕES E DISTINÇÕES ENTRE POLÍTICA E MORAL
BOBBIO, N. Elogio da Serenidade: e outros escritos morais. 2ª ed. São Paulo: UNESP, 2012. (p.85 – 99)
Integrante de família tradicional, Norberto Bobbio nasceu em 25 de janeiro de 1897 na capital de Piemonte, Turim. Adquiriu gosto e consciência pelos assuntos políticos no liceu Massimo d’Azeglio, em 1930 frequentou o círculo de oposição ao regime de Barbara Allason, foi preso em 1934, além de participar do movimento liberal-socialista. Formado pela Universidade de Turim, em 1935 tornou-se docente na área de Filosofia do Direito na Universidade de Camerino, posteriormente Universidade de Siena e Universidade de Pádua também fizeram parte de sua carreira acadêmica, encerrada no ano de 1979, aos 70 anos de idade. Faleceu aos 94 anos, deixando sua marca nas principais discussões do século XX no que tange o nazi-fascismo, comunismo e democracia.
O texto traz ao leitor algumas peculiaridades no que diz respeito aos contrastes entre moral e política. Define regras morais como aquelas fundamentais e gerais da conduta humana, utilizadas para proteção de alguns bens como a liberdade, boa convivência e paz, e política como uma esfera onde ações podem ser oportunas ainda que não sejam eticamente boas. Bobbio nos leva ao entendimento de que a política respeita regras distintas à moral, e que a diferença entre ambas assemelha-se a distinção entre público e privado, onde o que é correto à moral valeria somente na vida privada, diferente da vida pública onde as regras válidas são outras.
O autor ressalta que a virtude da política está mais ligada à prudência, do que à sabedoria, onde o prudente adapta os princípios sem que a situação se torne prejudicial a ele. O homem moral pratica suas ações visando o bem universal, diferente do político que no texto é em metáfora comparado ao camaleão – e outros animais, já que se adapta a situação conforme seu benefício, sua necessidade, tornando suas ações eficazes em