Resenha relativa aos capítulos 9 e 10 do livro filosofia da ciência
No capítulo nono , A Imaginação, o autor se reporta a vários pensadores, cientistas e filósofos, para ilustrar e definir a questão do método e a sua relação com a ciência. O método poderia ser o caminho que conduz à realização dos enunciados universais - as teorias, a partir das amostras, dos dados e dos fatos, na forma proposta pela indução. Poderia também ser uma simples organização de dados, embora estes requeiram a imaginação do homem para lhes atribuir significado. Em outras palavras, os dados apenas fazem sentido quando são organizados na mente. Com um exemplo simples, o autor nos faz observar diferentes coisas a partir de uma mesma fonte, levando-nos à conclusão natural de que tudo nada mais é do que uma questão de perspectiva, da forma como vemos ou analisamos os dados. A perspectiva seria determinada pela imaginação e esta, por sua vez, seria o elo que une o homem ao objeto de estudo. Nessa análise, Rubem Alves se permite contestar os pensadores que renegam a emoção que envolve o cientista quando investiga alguma coisa. Ele não crê que a ciência seja neutra, a partir do entendimento de que o trabalho do cientista exige uma grande dose de amor e paixão, presente nos "vôos da imaginação criadora".
No décimo capítulo, As Credenciais da Ciência, Rubem Alves parte da sugestão de que a ciência é uma entre muitas outras atividades com que se ocupam as pessoas comuns, não existindo, assim, razão para orgulho. Nessa linha, o autor compartilha a sugestão de Karl Popper, segundo a qual apenas a falsicabilidade da ciência, ou seja, a capacidade de ser testada pela experiência, podendo daí ser demonstrada sua falsidade, poderia ser aceita como credencial. Isso porque o falso é conclusivo, enquanto o verdadeiro não o é. Neste ponto, Rubem Alves questiona a razão de os cientistas não divulgarem seus fracassos, já que elas não seriam de cunho metodológico. Mais uma vez em foco