Resenha Para Uma Pol Tica De Amizade
Francisco Ortega em “Para Uma Política de Amizade” busca traçar alternativas para o que ele chama de esvaziamento político do espaço público, uma problemática vivida na idade contemporânea segundo o autor. Para isso, Ortega disseta sobre a amizade como principal alternativa para a questão transitando também por textos de Michel Foucault, Jacques Derrida e Hannah Arendt.
O autor inicia a sua reflexão criticando a democracia representativa e suas problemáticas. Para o autor, a democracia nada mais é que um artifício para legitimar o poder das elites oligárquicas que disputam pelo poder. Ortega chama essa relação de “fantasia da democracia” e ainda disserta sobre a questão das promessas não cumpridas que apenas salientam o conformismo em que a sociedade vive por nutrir grande empatia por esse sistema.
Ainda sobre a questão da democracia, Ortega traz uma reflexão sobre a falta de imaginação política que ainda ampara a existencia dessa forma de poder salientando a sua ideia de impotência da sociedade para buscar mudanças. Assim, o autor reitera a sua crítica ao modelo político adotado desde o fim da Guerra Fria e salienta que novas formas de poder e governo nem sequer são cogitas para experimentação.
É nesse ponto que Ortega introduz os conceitos da Hannah Arendt para legitimar a sua crítica. O autor traz ao seu texto então uma reflexão a cerca da dependência do sistema partidário na política atual, sistema este que, segundo Ortega, afasta o indivíduo da participação política por se constituir de uma trama de manipulações e uma forma de manutenção do controle populacional. Francisco Ortega ainda menciona os partidos políticos como criadores de espetáculos midiáticos. Outra questão discutida por Ortega no texto é o afastamento da política do espaço privado e a transformação da entidade em uma máquina burocrática no âmbito do espaço público, ou seja, uma forma de governo e poder que não