Resenha - Os três povos da república
José Murilo de Carvalho é um dos mais importantes historiadores brasileiros. Apresenta uma grande produção científica como pesquisador da História do Brasil, procurando sempre interpretar o imaginário político-social, a partir de fontes tradicionais e de materiais culturais (imagens plásticas, música, literatura, charges, dentre outros), mantendo-se sempre perto das questões de nação, cidadania, justiça e liberdade, como por exemplo, em suas obras “A formação das almas” (1990) e “A cidadania no Brasil” (2001). Junto a Celso Lafer é o único brasileiro a fazer parte da Academia Brasileira de Ciências.
Em seu artigo intitulado “Os três povos da República”, José Murilo de Carvalho nos mostra fatos ocorridos no período de 1889 a 1904, durante o apogeu do sistema oligárquico, composto por uma combinação de setores da sociedade: em São Paulo, os grandes proprietários rurais, membros do Partido Republicano Paulista; no Rio de Janeiro, os representantes de setores médios urbanos.
O autor discute a fase do apogeu do sistema oligárquico (1889-1904), com o objetivo de analisar a posição do povo nesse processo. Considera tal período como o de maior afastamento da democracia vivido pela República brasileira.
Ele demonstra, ainda, que essa oligarquia era composta por uma combinação de setores: em São Paulo, os grandes proprietários rurais, membros do Partido Republicano Paulista; no Rio de Janeiro, os representantes de setores médios urbanos. E que foram excluídos os setores realmente populares. O artigo contém muitos dados estatísticos.
Para o autor, esse período foi marcado por muita violência, com golpes de estado, assassinatos, revoltas populares, rebeliões militares, greves, guerras civis. O povo pouca participação teve na proclamação do novo regime, tendo sido afastados pelas oligarquias, que inventaram e consolidaram um sistema de poder que se distanciava e muito do que podemos chamar de democracia.
Dessa forma,