Resenha Nós, os Tikopias

UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 01/12/2013
Curso: Ciências Sociais Disciplina: Antropologia II
Aluna: Maria Helena S. Furtado

Resenha: Nós, os Tikopias (Raymond Firth)

Raymond Firth não foi o primeiro a estudar os Tikopia. Em sua introdução, ele revela que leu um trabalho anterior sobre esses nativos e que ele foi importante à medida que ajudou no seu "estabelecimento de linhas de investigação e de uma base lingüística" (FIRTH, 1936, p.78). Entretanto, esse livro mostrou-se superficial, tornando-se necessário um trabalho mais aprofundado, o qual ele se incumbiu.
Neste momento da Antropologia, as pesquisas com nativos eram consideradas importantes registros futuros, uma vez que acreditava-se no colapso das antigas culturas. Portanto, enfatizava-se um estudo antropológico detalhado e, nesse sentido, Malinowski foi o pioneiro, além de notável referencial no trabalho de Firth. Analisar a cultura nativa na totalidade de seus aspectos e afastar-se da companhia dos homens brancos foram alguns dos métodos seguidos rigorosamente por ele.
O livro inicia-se com as primeiras impressões de Firth ao chegar em Tikopia. Ele faz uma breve descrição da paisagem e de seus habitantes e, logo depois, uma reflexão sobre os temores e ansiedades de um antropólogo ao chegar a seu local de estudo. Afirma que, mesmo com todo o esforço do pesquisador, pouco poderá ser aproveitado dos primeiros registros, pois estes são pouco compreensíveis e não são capazes de revelar os reais significados do comportamento da tribo.
Após alguns dias registrando tudo o que vê, o antropólogo então começa a apreender detalhes da vida dos nativos. Firth percebe quão complexo é o sistema de parentesco dos Tikopia e sua relação com a política. Neste sentido, ele mostra, no decorrer da pesquisa, que as regras de parentesco da tribo não são engessadas, mas sim passíveis de mudança, com a finalidade de modificar o que não os agrada.