Resenha do capítulo “A situação atual” presente do livro Nova Luz Sobre a Antropologia, de Clifford Geertz.

Gian Carlo Teixeira Leite
Resenha do capítulo “A situação atual” presente do livro Nova Luz Sobre a Antropologia, de Clifford Geertz.

Clifford Geertz lança uma nova luz sobre a antropologia. Dotado de uma visão particular, o autor traz uma discussão relevante a respeito de algumas das atuais controvérsias que a disciplina enfrenta. Original na posição a partir da qual procura enxergar o estudo da cultura e da sociedade, Geertz não descarta outras abordagens, pelo contrário, traz à tona questões divergentes, muitas vezes não resolvidas para enriquecer o debate.
Dividido em cinco subcapítulos publicados no período que compreende de 1985 a 1998, A Situação Atual, capítulo presente no livro Nova Luz Sobre a Antropologia, aponta para alguns embates morais e epistemológicos que persistem dentro da antropologia até hoje. Em algumas situações apenas expondo as diferentes opiniões de antropólogos sem se posicionar quanto ao tema, e em outras fazendo uma escrita bastante argumentativa e pessoal, o autor estabelece a partir de cinco textos aparentemente desconexos, uma ligação cujo resultado é uma perspectiva atual a respeito dos diálogos que antropologia tem consigo mesma e com outras áreas.
Inicialmente, no primeiro subcapítulo Entrando com passo desajeitado, Geertz fala sobre à identidade atual da antropologia. Segundo ele, existe uma dificuldade de se descrever o campo da disciplina, uma vez que esta se consistiu historicamente numa coletânea de ciências concebidas e unidas de maneira acidental. Além disso, tem ocorrido uma certa ramificação interna dentro da antropologia, por meio da qual cada vez mais tem se construído subcampos independentes. Estes desconfortos identitários da antropologia, porém, não são mais sentidos que o desconforto que se dá no ramo da disciplina que corresponde ao seu centro, sua parte mais visível, mais ampla e da qual o próprio Geertz faz parte: a antropologia social, cultural ou sociocultural. (2000, p86) “Se há problemas na