Resenha Maquiavel

O discurso inaugural do IGHB realizado por Januário da Cunha Barboza, primeiro secretário perpétuo do Instituto, percebe-se um plano de intenções do que se pretendia fazer. O texto inspirava uma produção historiográfica que relembrasse e eternizasse os fatos notáveis gloriosos, exaltasse os heróis, bastiões do sacrifício à nação, e os colocasse ao nível de monumentos nacionais, verdadeiros objetos da veneração. A história deveria possuir valor cívico e moral, realizar a pedagogia da fidelidade ao território brasileiro e conceber as diferentes províncias integradas. Dessa forma, a proposta era criar uma história nacional que costurasse a afirmação do contemporâneo regime monárquico, o passado colonial, a população mestiça e a existência da escravidão numa mistura homogênea que fosse geradora da identidade da nação brasileira, e sem se afastar do ideal de civilização europeu. Logo, uma história estrangeira como a de Robert Southey, poeta inglês, sobre o Brasil não interessava e nem agradava as elites brasileiras, como, também, não realizaria o fomento a pretendida identidade nacional. O discurso de Barboza não foi o suficiente para ser um guia para a elaboração, um marco teórico, da História do Brasil desejada. Ele apenas alcançou o nível de inspiração ao que deveria ser feito. Essa tarefa, devido à heterogeneidade dos elementos brasileiros, tornou-se num desafio ao IHGB. A solução para isso foi realizar um concurso, em 1840, para viabilizar o enredo da narrativa da nação brasileira. O vencedor foi Von Martius com o texto “ Como se deve escrever a história do Brasil”. O vencedor com a sua obra lançou as bases para a história da “nação” brasileira. Ele desenvolveu um mapa para as questões atormentadoras à produção. Martius entendeu que a questão racial, a miscegenação, era a base e o problema inicial que deveria ser resolvido para construir uma identidade estritamente brasileira. A forma encontrada e original foi à criação da lógica