O objetivo deste livro é ajudar os consumidores de imagens que nós somos a melhor compreender o modo como a imagem comunica e transmite mensagens. Que nós vivemos uma civilização de imagens parece ser a opinião mais comum sobre as características da nossa época, tão repetida ela tem sido desde há mais de trinta anos. Todavia, quanto mais esta verificação se confirma mais parece que pesa, como uma ameaça, sobre os nossos destinos. Quanto mais imagens vemos mais nos arriscamos a ser iludidos, agora que estamos apenas na alvorada de uma geração de imagens virtuais, essas novas imagens que nos propõem mundos ilusórios e no entanto perceptíveis, no interior das quais nos podemos movimentar sem para tal ter de abandonar o nosso quarto de dormir... A utilização das imagens generaliza-se de fato e, quer as olhemos quer as fabriquemos, somos quotidianamente levados à sua utilização, decifração e interpretação. Uma das razoes pelas quais elas podem então parecer ameaçadoras é que estamos no meio de um curioso paradoxo: por um lado, lemos as imagens de um que nos parece perfeitamente natural, queNum primeiro momento gostaríamos de definir o objeto da nossa análise, definir aquilo de que falamos quando falamos de imagem; ver, entre as diferentes definições possíveis, as ligação que pode existir entre elas e que instrumento teórico pode explicar essa ligação. Deter-nos-emos na mensagem visual única e fixa, cuja análise é necessária para abordar a das mensagens visuais mais complexas, tais como a imagem seqüencial, fixa ou animada, veremos que a abordagem teórica1. A Noção de Imagem: Usos e Significados O termo imagem é tão utilizado, como todos os tipos de significados sem ligação aparentemente, que parece muito difícil apresentar uma definição simples e que abarque todas as maneiras de a empregar. De fato, numa primeira abordagem, o que haverá de comum entre um desenho de uma criança, um filme, uma pintura rupestre ou impressionista, graffitis, cartazes, uma imagem mental, uma