Resenha livro o voo
A primeira cena do filme já destoa dos trabalhos comumente atribuídos a Zemeckis, que não tem o costume de colocar cenas de nudez em seus trabalhos. Aqui já vemos uma cena de nudez frontal de uma colega do personagem de Denzel Washington, uma comissária de bordo que faz as vezes de amante (Nadine Velazquez). Ele é Whip Whitaker, um sujeito divorciado que não tem contato com o filho adolescente e que tem uma vida desregrada, com excessos de álcool e usando a cocaína como estimulante para se manter acordado.
É assim na manhã em que ele acorda para ser o piloto daquele avião fadado a cair. E toda a cena dos problemas do avião até a queda é emocionante. Tanto que depois dessa cena, depois de tanta adrenalina, há quem ache o filme um tanto parado. O que não é bem verdade. Apenas O VOO passa de um filme sobre a queda de um avião para um filme sobre a dependência às drogas, mais especificamente ao álcool.
E nesse sentido O VOO corre o perigo de parecer moralista, tanto é que o personagem de John Goodman, o fornecedor de cocaína, é apresentado ao som de “Sympathy for the Devil”, dos Rolling Stones. Quer dizer, a própria direção já lida com a cocaína como uma droga diabólica. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que se não fosse a cocaína, o personagem não teria tomado medidas tão ousadas, como virar o