Resenha: Livro III de A República, Platão.
Livro X de A República, Platão, Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, 5º Edição, p451-500, Fundação Calouste Gulbenkian.
Poética, Aristóteles, Tradução de Eudoro de Souza, p.242-269, Porto Alegre: Globo, 1996.
Resenhado por Raquel Maia Ferreira Arvelos O livro III de A república debate a função e o lugar do poeta na cidade idealizada por Platão. Qual é a função do poeta? Quais são suas influências na sociedade? Quais são as mudanças necessárias? O expulsaremos?! Essas e outras questões são respondidas e debatidas durante o livro em cima dos diálogos socráticos. A mímeses, (uma concepção platônica), é a imitação das ações da natureza. Esse imitar é cópia, representação. O filósofo acreditava que a cidade perfeita seria a que tomasse como base a epistemologia, tendo como governantes, os filósofos. A cidade não poderia sofrer influências da mímeses, por dois motivos: Primeiro, filosófico/epistemológico, a incapacidade das atividades miméticas de ultrapassar o campo da verossimilhança; e o segundo, de ordem ética, acredita-se que as emoções interferem nas ações do homem, na formação do cidadão, sendo a catarse desestabilizadora. O poeta Homero escrevia histórias de guerras que ele não tinha presenciado, e por não ter vivenciado os fatos, não poderia atribuir-lhe um caráter verdadeiro, sendo essas histórias geradoras de conhecimentos aparentes, já que são frutos de mera aparência. “Daí precisarmos acabar com essas histórias que podem deixar nossos jovens levianos e maus” 1, e como acabar com essas histórias ou com esse tipo de que se usa para contar essas histórias? A resposta seria um poeta que tivesse controle sobre suas paixões? “Para nosso uso, teremos de recorrer a um poeta ou contador de histórias mais austero e menos divertido, que corresponda aos nossos desígnios, só imite o estilo moderado e se restrinja na sua exposição a copiar os