a teoria das formas de governo
Nesta resenha iremos abordar as considerações feitas por Norberto Bobbio em “A Teoria das Formas de Governo”, acerca da obra República, do filosofo grego Platão (428 – 327 a.C.) , analisando especificamente dois livros o oitavo e o nono.
O diálogo da República é uma descrição da república ideal, que seria composta por três categorias: os governantes-filósofos, os guerreiros e os responsáveis pelos trabalhos produtivos. Trata-se de um Estado que nunca existiu em nenhum lugar.
Platão classifica as formas de governo como boas e más. As más seriam as constituições corrompidas: timocracia, oligarquia, democracia e tirania. As boas seriam a monarquia e a aristocracia. Estas seriam o que Platão chama de constituições ideais. A timocracia seria a degeneração da aristocracia, a oligarquia a degeneração da timocracia e assim sucessivamente. Para Platão todos os Estados que realmente existem, ou seja, os Estados reais são corrompidos.
Platão continua a analise das formas de governo identificando as peculiaridades morais (os vícios e as virtudes) das classes dirigentes. O homem timocrático valoriza a ambição, o desejo de honrarias, tem paixão pela ginastica, pela caça e pelo combate. O oligárquico valoriza o dinheiro em detrimento da virtude, aplaudem e admiram o rico, oferecendo cargos públicos, desprezando os pobres. Já o democrático tem o desejo de liberdade. E por ultimo o tirânico, tem paixão pela violência: “... O governante vendo que a multidão esta pronta a obedecer, não sabe evitar o derramamento de sangue dos cidadãos; com falsas acusações, usando os meios preferidos pelos que agem assim, arrasta pessoas aos tribunais; macula-se com o homicídio, provando com a língua, e os lábios celerados, o sangue do próximo”.
A passagem, ou decadência, das formas de governo, segundo Platão, ocorrem devido à degeneração – corrupção – do governante. A corrupção se manifesta no Estado, essencialmente através da discórdia.
Bobbio enfoca