Resenha: KARNAL, Leandro (org): História na sala de aula Conceitos, práticas e propostas. São Paulo. Contexto 2008
O texto começa nos dando uma informação importante: que a história da América mostrada nos livros didáticos geralmente se apresenta carregada de um “espírito maniqueísta”. Nos diversos livros que foram analisados tendo como tema a América, há a presença de uma mesma visão: o que por sua vez transparece uma falta de renovação nas pesquisas. Outro ponto importante é que há pouco material sobre a América traduzido para o português. Há então três modos de se enxergar a América. A primeira visão seria a que podemos denomina de eurocêntrica, onde o parâmetro é a Europa, uma visão que é cientista, o que torna a história pouco interpretada e refletida. A segunda visão seria lascasiana, onde a descrição de fatos é feita de forma apocalítica, enfatizando o genocídio e a violência, que aparece de duas formas: a violência individual e a institucional. O indígena assume o papel de vítima do processo. Bartolomé de Las casas os retrata como um “povo perdedor”, acostumado ao autoritarismo, e com postura derrotista. A terceira visão é o mito dos vencedores e dos vencidos; onde se mostra o lado vencido, tentando valorizá-lo, mas ainda assim se quer estar do lado do vencedor, ou seja, do branco. Mostra que o vencido não tem valor a agregar, a adesão deve ser a da do modelo vencedor, do que obteve sucesso. A maneira como se mostra a história da América acaba deixando uma marca. Por fimo texto nos leva a pensar a relação professor e livro didático. E de fato a aula é do professor e não do livro, cabe a ele concretizar uma resposta de ensino. Mesmo que se trate d pior livro didático do mundo, cabe ao professor utilizá-lo da maneira certa. Ora seja chamando a atenção para a informação correta, ora para uma informação que é absurda e corrigi-la. Então talvez a questão seja ensinar a ter um filtro e