resenha jimi
Essas sociologias específicas, classificadas em separado pelo ponto de vista ocidental, podem também trazer contribuições de uso global e também são capazes de promover entendimentos úteis na criação de generalizações universais. Contudo, até mesmo entre os pesquisadores africanos, não há pleno uso das particularidades de seu modo de pensar. Apesar de haver um movimento contrário à importação dos paradigmas ocidentais, ainda é inconsistente e, na maioria das vezes, o que se vê é que o cerne dos estudos continua amparado nas raízes epistemológicas padrão.
Interessante pensar como a busca por uma ciência verdadeiramente humana, global, que possa representar de fato toda a humanidade, leva, contraditoriamente, à valorização do local, do específico, do reconhecimento da diversidade e não a categorias amplas e universais e estritamente racionais como as pretendidas pelo pensamento positivista. Fica cada vez mais evidente que a epistemologia ocidental clássica não dá conta de abracar a pluralidade do mundo realmente global.
De toda forma, há a necessidade de uma base epistemológica comum para manter o diálogo acadêmico. Mas como criá-la sem a não imposição da epistemologia ocidental dominante? Aí reside uma contradição que aparentemente pode ser superada com o reconhecimento da validade de novos modelos e sua incorporação ao bloco de teorias estruturantes do campo da Sociologia.
Questão da língua é um ponto crucial neste sentido. A necessidade de se tornar compreensível globalmente implica na necessidade de se traduzir conceitos locais em um idioma