Contra cultura no Brasil e nos Estados Unidos
Introdução
A palavra cultura origina-se do Latim (cultúra, cultús), significando de um lado o ato de cultivar, e de outro o de prestar culto a alguma divindade. Sabemos que a civilização em seus estágios iniciais não separa o plantar o alimento no culto a divindades identificadas com a natureza (a terra, a chuva, o sol, o rio), o que dá um sentido unitário ao conceito de cultura. Hoje, contemporaneamente falando, cultura diz respeito a toda produção humana surgida da realidade social, tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade. A partir desta definição, cultura é uma realidade múltipla, podendo existir distintas formas de cultura. Porém, cultura pode dizer respeito também mais especificamente, ao conhecimento, às ideias e crenças, assim como às maneiras como existem na vida social. Esta segunda concepção leva-nos à ideia de que, se a cultura diz respeito também a um só domínio da vida social, podem coexistir numa mesma sociedade várias formas de cultura. Daí a idéia de que uma cultura alternativa pode romper com os valores tradicionalmente respeitados na "cultura oficial", o que nos conduz ao conceito de contracultura.
O que é contracultura?
A contracultura nasce, em primeira instância, da constatação da dinamicidade histórica da cultura que, por ser mutável e criação constante e livre, admire uma pluralidade avessa à ideia de algo único, irretocável e conservado por herança através da tradição e da educação. A contracultura surgiu da crise e da doença da cultura estabelecida, e supõe a superação do preconceito de que, o que está consagrado e vigindo é melhor do que o que possa surgir, haver existido ou estar marginalizado em relação à cultura oficial. A contracultura é um conjunto de aspectos dissidentes da cultura estabelecida, onde aglutinaram-se considerações econômicas, políticas, filosóficas, científicas e