Resenha horror econo
Viviane Forrester – O horror econômico. Trad. Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1997.
Sônia Lúcia Bahia Ferreira*
VIVIANE FORRESTER é romancista e ensaísta, autora de um livro sobre Van Gogh e outro sobre Virgínia Woolf. É crítica literária do jornal “Le Monde” e vem sendo considerada como a autora que melhor expressa a angústia da exclusão pela ótica dos desempregados. Durante o último movimento da classe operária nas ruas de Paris (1997) reivindicatória de uma tomada de posição do Governo face a situação vivida, vários eram os manifestantes que tinham nas mãos exemplares de seu livro.
A autora, a partir da análise do desemprego e das práticas econômicas vigentes, trata da questão da alienação e regressão em que se encontram os sujeitos sociais, face a impossibilidade de reconhecer o nível de deformação em que se encontra a sociedade hoje. Admite o desaparecimento das principais categorias de inserção social do homem moderno, a saber – o trabalho e o emprego. Ela afirma que o trabalho passa por uma significação simbólica, onde deixa de ser entendido em sua condição histórica fundante da sociedade ocidental, para ser elevado à condição de tabu, sendo por isso proibido aos profanos. Na medida em que adquire a posição sacralizante, torna-se inacessível àqueles que não são eleitos através de poderes divinos a sua pertença e inserção. Ao problematizar a forma histórica como a categoria trabalho estruturou a sociedade ocidental, enraizando os homens a essa maneira de sobrevivência, destaca o seu imprescindível atrelamento à vitalidade da sociedade e reflete o quanto a declaração do seu fim dessubstancializa o porvir da condição humana.
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Mestre em Sociologia e Professora do Deptº de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia.
CADERNO CRH, Salvador, n. 29, p. 243-250, jul./dez. 1998
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RESENHA
Essa declaração de fim, segundo a autora, está