Resenha Historias de cozinha
Direção: Bent Hamer
Roteiro: Jörgen Bergmark, Bent Hamer O filme é ambientado na Suécia dos anos 50, onde um Instituto local reconheceu que as mulheres costumam andar anualmente em suas cozinhas algo que equivale à distância Estocolmo-Congo. Começa assim, com uma propaganda sobre o instituto de pesquisas sueco, onde nele cientistas estudam os padrões de comportamento de donas de casa dentro de suas cozinhas. A ideia dos designers é criar as primeiras “cozinhas inteligentes”, otimizando espaços e reduzindo os esforços das mulheres. O sucesso do programa leva a empresa a pensar numa segunda fase, o estudo dos hábitos de homens solteiros. Para alcançar tal finalidade, o Instituto lançou mão da abordagem etnográfica e encaminhou para o interior do país pesquisadores para realizarem tal observação. Os pesquisadores deveriam permanecer sentados em cadeiras altas, estrategicamente situadas dentro da cozinha das residências onde viviam os homens solteiros. A missão dos pesquisadores seria a de observar e de registrar todos os passos e ações de tais solteirões. Para que o estudo fosse fielmente científico e etnográfico, o observador e o observado não deveriam engajar-se em qualquer tipo de convívio social para com o objeto de estudo, porém essa proposta vai sendo lentamente quebrada ao longo do processo. E o que se espera de um etnógrafo não é a adaptação fácil nem total à sociedade que estuda o observador participante nunca deve se tornar-se unicamente um participante. Mas como é perceptível pela própria experiência pessoal, a participação total não é consistente nem conciliável com a observação intensa, como mostra algumas cenas do filme. No entanto, a observação parcial é conciliável com uma observação atenta, se não absorvente, o que significa que, na pratica, a observação participante se torna possível. Sendo assim, o observador participante encontra duas armadilhas, o perigo de cair na participação inobservante com uma