Resenha Heidegger
De certo que se trata de uma questão muito ampla e Heidegger começa nos mostrando que devido à tamanha amplitude haverá diversas maneiras de tratar verdadeiramente a questão, e que é preciso se atentar ao risco de perder o foco. Bem, que perguntar o que é filosofia se trate de uma questão ampla não é de causar surpresa a ninguém, já, por outro lado, muito surpreende que o autor peça atenção para um tal foco que ainda não foi delimitado. O problema do foco parece na verdade retórico, e é sanado com a melhor delimitação do tema, coisa que poderia ter sido feita sem o aviso de que seria difícil prosseguir caso não se delimitasse. Dada à seriedade que o autor emprega no tema, melhor seria se não brincássemos com problemas retóricos.
Para afunilar as diversas maneiras possíveis de se tratar da questão, o autor busca por um caminho, um caminho específico que permita que nos movamos sempre dentro do campo da filosofia. Esse cuidado é importante dado o fato de que descrever ou definir a Filosofia não é propriamente filosofar, pelo menos não como o fazemos usualmente. Assim também, por exemplo, definir a Física não envolve problemas de física.
Rapidamente Heidegger define a filosofia não somente como pertencente ao campo da razão, mas, muito além, como guarda da razão. Tal definição trata-se de outro problema retórico que serve para nos conduzir a outros questionamentos. Do que se trata, quais são os limites da razão? Não seria, ao contrario, a razão, um negocio da filosofia? Obviamente que posicionar a definição na outra extremidade em nada ajudaria se não há clareza nos termos, mas o autor insiste na impossibilidade de identificar a filosofia com algo irracional, dado que para concebermos o irracional precisaríamos de uma