Resenha Harry Potter
Com 11 anos de idade li o último volume da história de Harry Potter, As Relíquias da Morte. Não me recordo de quando li o primeiro, mas tenho certeza de que foi muito cedo. Acontece que há pouco tempo atrás, quando eu estava prestes a ultrapassar a marca dos 17 anos, pude reler os sete volumes. Era como se fosse uma última parada em King's Cross, a última ida para Hogwarts antes de se tornar um adulto.
Devo dizer que, sem dúvida alguma, não estaria aqui escrevendo resenhas se não fosse pela influência arrasadora de Harry Potter na minha vida. J. K. Rowling não se limitava a contar histórias: ela introduzia pouco a pouco elementos mais complexos, narrativas mais sombrias e questões filosóficas, principalmente sobre a morte. Ler Harry Potter na infância é adquirir lentamente o gosto pela literatura, e amadurecer junto. Vamos aos livros.
A Pedra Filosofal e a Câmara Secreta são bons, mas ainda assim se classificam como literatura juvenil. Aventuras com final feliz. O Prisioneiro de Azkaban mantém-se nesse rumo, mas as camadas obscuras se aglutinam de forma muito perceptível: dementadores, a fuga de Rabicho, o ódio declarado de Snape...
É com o Cálice de Fogo que tudo se transforma. Rowling prepara seus pequenos leitores para desafios cada vez maiores, e quando nos damos conta estamos lendo calhamaços com mais de 500 páginas. Um prólogo totalmente diferente do que foi apresentado anteriormente, e cuja relação com a história de Harry Potter não se mostra clara a princípio é o início de uma jornada diferente para seus pupilos. Novas ideias se acumulam com as antigas, e somos obrigados a carregar informações, treinar a memória, assimilar conceitos novos como escolas de magia estrangeiras, inúmeros setores do Ministério da Magia e uma quantidade assustadora de personagens.
E conseguimos. Passamos pelo Cálice de Fogo ávidos por mais, sem nem perceber o crescimento intelectual pelo qual passamos. E aí temos o choque, a angústia