resenha guerra de canudos
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No núcleo central do filme, a família Lucena é composta por cinco membros: o pai José Lucena; a mãe Tonha; duas filhas, Luíza, a mais velha, Tereza, a mais nova, e Toinho, o filho do meio. Luíza, a protagonista, desde as primeiras cenas imprime o seu temperamento forte. A família Lucena, um exemplo do modelo patriarcal, tem sua base de produção assentada numa estrutura rural. No filme, a ausência de pagamento dos impostos faz os Lucena perderem os seus bens para o Estado. O pai tenta reagir e defender os poucos recursos que detém. Mas acaba sendo agredido fisicamente por soldados, na frente dos seus familiares. A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. O povo foi sendo arrebatado por Antônio Conselheiro, baseados na fé que ele profetizava, em busca de uma vida mais digna, mais justa. Canudos era um arraial do interior da Bahia, região onde se instalou a partir de 1893 o beato Antônio Conselheiro, juntamente com seus seguidores. Antes, o beato percorrera o sertão pregando transformações e despertando a ira das autoridades e da Igreja Católica, que o consideravam uma ameaça, pois começa a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada. Um ponto interessante é que em alguns pontos, o filme chega a levantar questões curiosas que entram em choque com algumas bibliografias históricas. Um exemplo claro deste choque foi o de que algumas bibliografias afirmam que a quarta expedição, com canhões e armas potentes, destruiu Canudos sem grandes dificuldades enquanto que o filme mostra que houve grande dificuldade e demora para que a quarta expedição pudesse, finalmente, tomar Canudos. Somente o fato da Guerra de Canudos ter durado quase um ano, com a comunidade de Antônio