Resenha: Gil Pérez, D, et al. Para Uma Imagem Não Deformada Do Trabalho Científico
Com base numa extensa revisão, os autores afirmam que o ensino em todas estâncias transmite visões deformadas de ciência, e uma das razões é que o seu ensino é baseado na apresentação de conhecimentos previamente elaborados, no lugar de ser uma atividade investigativa. E isto, impede uma renovação efetiva da Educação em Ciências/Didática das Ciências. Dessa forma, a opção epistemológica do docente é um dos fatores que faz a estratégia pedagógica adquirir sentido e importância. Estou de acordo com os autores, pois como se pode ensinar ciência, sem ter uma idéia mais ou menos clara do que ela seja? Assim, esse campo se transformou numa importante linha de investigação. Portanto, se faz necessário discutir uma visão aceitável do trabalho científico, falando de suas características, evitando simplificações e deturpações. Para tal fim, o artigo foi dividido em duas partes, na primeira mostram-se quais são as visões deformadas de ciência mais comuns, na segunda, evidencia-se os pontos comuns entre as diversas perspectivas e teses epistemológicas de diversos autores de peso, e suas implicações educativas. Evidenciar as deformações do trabalho científico pode ajudar a questionar concepções e práticas, que não estão de acordo com uma visão mais adequada, se aproximando da mesma. 1. A primeira deformação encontrada, e uma da mais freqüentes na literatura é a concepção empírico-indutivista e ateórica, que enfatiza o caráter “neutro” da observação e da experimentação, esquecendo o papel fundamental e orientador da investigação que as hipóteses possuem, além das teorias como orientadoras do processo. É importante mencionar, que os professores mencionam essa concepção com pouca freqüência, mostrando como ela está enraizada nos seus saberes. 2. A segunda deformação encontrada foi a rígida (algorítmica, exata, infalível...), que tem o