Resenha "Formação da estrutura de dominação em Minas Gerais: o novo PRM"
O público e o Privado: O papel do Estado na formação de Minas
Resenha: Formação da estrutura de dominação em Minas Gerais: o novo PRM. ”
Prof. Amílcar Vianna Martins Filho
Em “Formação da estrutura de dominação em Minas Gerais: o novo PRM (1889-1906)”, Maria Efigênia Resende ressalta o papel das elites políticas mineiras no cenário nacional, durante a Primeira República. Nesse trabalho, a autora tenta compreender como se deu o processo histórico de formação dessa oligarquia estadual e pondera em relação a estrutura de organização do Estado, a atuação dos grupos políticos e os mecanismos utilizados para sustentá-los, como por exemplo, o coronelismo.
Neste período, observa-se em Minas Gerais, a existência de diversas zonas com mínima articulação econômica e política que acabaram por gerar uma luta corrente pelo poder. Uma ilustração perfeita disso, esta no fato de que da Proclamação da República em 1889 até a Eleição de Afonso Pena em 1892, para governador do estado, minas presenciou um completo ostracismo político, tendo tido durante o intervalo cerca de 17 presidentes. É nesse ponto que se destaca a dificuldade em construir a hegemonia política dessa oligarquia, já que tal plano interno, instável, comprometia o desempenho político unificado da bancada mineira.
Consequentemente, de acordo com Maria Efigenia, a solução dessas disputas, ao nível de estrutura de organização, era o problema com o qual o estado deveria lidar. Ela ressalta, que o Partido Republicano Mineiro, PRM, mesmo tendo por objetivo representar os ideais republicanos e oligárquicos da elite agrária do estado de Minas Gerais, não surgiu como uma unidade coesa e muito menos como um partido disciplinado. Foi preciso um longo processo para que essa agremiação deixasse de ser confusa e perdida, no sentido direcional, e transformasse-se em um grupo com força suficiente para suster a preponderância na federação, como ocorreu durante todo o período