Resenha: Formação da Cidade Industrial

A história da urbanística moderna se escreve partindo da percepção dos problemas e mudanças causados pela revolução industrial no campo e na cidade, especialmente quando esses acontecimentos tomam proporções significativas. A primeira mudança a afetar fortemente o padrão mundial foi o aumento populacional, causado pela inédita baixa nas taxas de mortalidade, gerando uma discrepância entre esta e a taxa de natalidade. A partir do aumento populacional, ocorrem algumas transformações de adaptação do novo. Em primeiro lugar, é preciso pensar em como organizar o trabalho dentro de um novo sistema econômico, onde o número de habitantes no campo e na cidade se distancia, algo também sem precedentes. A transformação da dinâmica econômica exige uma velocidade maior na jornada de trabalho e, ainda, que a produção fosse compatível com as exigências do mercado. A partir desse ponto, começa a gradual evolução tecnológica nas manufaturas, nos campos e na cidade, tal evolução é impulsionada a partir de alguma carência percebida no processo de modernização. Por exemplo, quando a produção era desacelerada pela reduzida quantidade de fios que uma pessoa só poderia manusear, foi criada a máquina jenny; no momento que o braço humano já não era o suficiente para a força mecânica exigida pelas tecnologias, é criada a water frame, máquina que é bombeada pela força da água. Dessa forma, a indústria têxtil começa a trabalhar em uma nova escala de produção para poder arcar com todas as novas tecnologias e, principalmente, a localização dessas indústrias não pode mais ser dispersa, sendo necessário aproximar-se das fontes de energia. O interessante nesse ponto é que, se a indústria precisa de água ou vapor para realizar suas funções diárias, ela se desloca para regiões próximas a cursos d’agua ou minas de carvão, levando consigo toda uma população que ali é empregada ou que cresce a sua volta. Nesse momento, a tecnologia passa a influenciar diretamente na composição da cidade industrial