Resenha filme a onda
O sistema político da autocracia se caracteriza pela existência de um único detentor do poder, cuja competência engloba a função de tomar a decisão política fundamental, assim como sua execução.
A produção alemã apresenta um professor que, ao assumir, de última hora, um curso sobre autocracia, mesmo contra a sua vontade, decide proporcionar aos alunos uma experiência prática de como se constrói um governo facista. A vivência dura uma semana, e começa com aplicações simples de disciplina, a exemplo dessas atitudes ditadas pelo professor, os alunos devem chamar o professor de "senhor", devem se levantar para falar e sempre pedir permissão para se colocar. No decorrer do filme, o grupo começa a se vestir da mesma maneira e a menosprezar os não-membros da organização. Não demoram a aparecer atitudes violentas e coercivas, típicas de uma ditadura.
O Filme é maravilhoso, e uma cena logo me chamou a atenção. No meio do caos de uma balada na Berlim contemporânea, um adolescente diz ao outro: "A gente não tem pelo que lutar. Não tem com o que se revoltar. Sabe quem é a pessoa mais procurada no Google? A Paris Hilton!" Me veio a seguinte reflexão: Nesse contexto de ausência de ideais, é possível surgir uma ditadura? O Professor apresentado no filme, quer demonstrar, durante a semana de aulas de seu curso de autocracia, como é possível o surgimento de movimentos ditatoriais.
É Perceptível, no decorrer do filme, questões que são levantadas ligadas a uma certa ausência de valores, e porque não dizer inversão de valores e a falta de orientação. Entre os alunos, há aquele cujos pais não lhe dão atenção, há a menina certinha que tem pais liberais, que não imprimem nenhuma disciplina, e há ainda os filhos de famílias ricas, que passam as tardes sozinhas, bebendo, fumando maconha e jogando videogame. Não é difícil encontrar relações apresentadas com os personagens do filme e os nossos jovens da atualidade, o