Resenha filme dois mundos
O documentário Dois Mundos, produzido no Rio de Janeiro e dirigido por Thereza Jessouroun em 2009 com duração de 15 minutos, participou de diversos festivais e ganhou vários prêmios. Ele fala sobre a experiência com a sonoridade dos surdos que transitam entre os dois mundos: o sonoro e o do silêncio. O objetivo do autor é fornecer aos espectadores outro ponto de vista da surdez, mostrando a opinião dos surdos a respeito do mundo dos ouvintes. Para isto, são feitas várias entrevistas com surdos que receberam o implante coclear ou utilizam aparelho auditivo, participando das duas realidades e expondo sua opinião. Letícia, a primeira entrevistada, revela a existência dos dois mundos: o do silêncio, em que você mesmo cria os sons, e o do barulho, do qual não se pode fugir. Ela se mostra decepcionada, pois na sua imaginação só existiam sons agradáveis e quando fez seu implante descobriu que isso não é verdade. Mauro reclama de não conseguir escutar as coisas como elas realmente são por conta das limitações de seu aparelho auditivo e ainda ressalta que é preciso usar a dedução para distinguir diversos sons. Já Leonardo sonha em fazer as performances artísticas que seus amigos executam no palco, mas possui uma atitude otimista em relação à sua dificuldade e não se importa em fazer outras atividades ligadas indiretamente ao mundo do espetáculo. Juliana diz que não existe o silêncio total, pois apesar de não conseguir ouvir os sons, é possível sentir as vibrações. Após o implante de Isabela, ela se sentiu incluída no mundo dos ouvintes e descobriu que pode fazer parte da vida cultural e social. Já Priscilla aponta que ainda existe um preconceito infundado em relação aos surdos e ainda ressalta uma vantagem desconhecida pelos ouvintes: quando quer, ela pode tirar seu aparelho e ficar no silêncio, fugindo dos barulhos incessantes. É um filme muito interessante, pois mostra a problemática da