Resenha Existencialismo
Kamilla Rodrigues Rocha
Sendo a Gestalt-terapia um caminho e uma forma de se expressar diante da vida, estudar e confrontar, a filosofia existencialista nós permite uma reflexão aprofundada de sua proposta de compreensão do mundo visto por nós do ponto de vista psicológico.
Como para o existencialismo, também para a Gestalt-terapia a existência é a grande interrogação. Tanto para o existencialismo, como para a Gestalt-terapia, o homem é visto não como um ser universal, diluído na ideia, como pensava Hegel, mas antes como um ser particular, concreto, com vontade e liberdade pessoais, consciente e responsável.
Compreender o indivíduo a partir de sua singularidade, de seu manifestar-se subjetivo. Esta é também a proposta da Gestalt-terapia, no sentido de ver o homem como um ser particularizado, singularizado no seu modo de ser e de agir, concebendo-se como único no universo e individualizando-se a partir do encontro verdadeiro entre sua subjetividade e sua singularidade. A visão existencialista vai além ao considerar a relação profunda existente entre ato humano e intenção, ou seja, todo ato psíquico é intenção e deve ser entendido, compreendido a partir de si próprio.
A consciência não é um depósito morto de objetos e imagens, mas é ativa, competindo a ela dar sentido às coisas. A consciência é, portanto, viva, livre, ela existe voltada para as coisas, orientada de forma imediata para as coisas. Ela sempre visa algo. Todo ato humano visa um objeto, não ocorre no vazio, por isto Husserl dizia: "Toda consciência é consciência de alguma coisa".
A contínua indagação: o que quero, de onde vim, para onde vou, posso e não quero, quero e não posso, esta permanente sucessão de polaridades que caracteriza o agir humano reflete a busca frágil do próprio sentido de intencionalidade à procura de um operacionalizar-se.