Resenha critica: existencialismo e fenomenologia
Inquietação com a ação e consciência do problema da escolha na existência humana talvez seja o que mais caracterize os autores que integram o que chamamos Existencialismo. “Minha filosofia”, declara Sartre no verão de 1945 antes da sua famosa conferência, “é uma filosofia da existência. O existencialismo, eu não sei o que é” (apud Russ, 1984, p.39).
Esta discussão em torno do uso dos termos que indicam uma perspectiva ligada ao existencialismo continua ainda hoje. Muitos autores, historiadores do existencialismo, indicam os diferentes termos usados nesta filosofia como designando cada um uma vertente dentro dela.
De acordo com Beaufret (1976, p. 57), ao falarmos existencialismo, o que primeiro acentuamos é a palavra
“existência”, esta palavra implica numa antiga contraposição expressa na palavra “essência”.
Assim como a Fenomenologia está para Husserl, o Existencialismo está para Kierkegaard.
O ponto de partida de Kierkegaard está ligado à sua crítica ao pensamento dominante na Filosofia de então, a hegeliana. Coloca-se frontalmente contra o domínio totalitário da Razão, no qual a vida humana é dissolvida em puros conceitos racionais e subordinada à vida própria das idéias.
O homem existente, portanto, não pode ser assimilado por um sistema de idéias, afirma ainda Sartre, “por mais que se possa dizer e pensar sobre o sofrimento, ele escapa ao saber, na medida em que é sofrido em si mesmo, para si mesmo, onde o saber permanece incapaz de transformá-lo” (1987,p.116).
Em Kierkegaard, o Existencialismo é a expressão de uma experiência singular, individual, pois existência é uma tensão entre o que o homem é e o que ele não é.
Sartre também despertou os mais variados tipos de emoções e, como outros filósofos, atraiu para si um raro ódio furioso.
O Existencialismo realmente “ganhou o mundo” com Sartre, mas outros grandes pensadores caminharam paralelamente a ele e construíram reflexões extremamente vigorosas a