Resenha Espaços de Esperança - HARVEY, David. Por André Silva
HARVEY, David. Espaços de Esperança. Trad. de Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela
Gonçalves São Paulo: Edições Loyola, 2004. 382 p. 1
Resenha
André Eduardo Ribeiro da Silva2 andreduardo@usp.br “Espaços de Esperança”, de David Harvey - geógrafo britânico, atualmente professor emérito de Antropologia no centro de pós-graduação da City University of New
York, Estados Unidos, traz como idéia principal a importância de pensarmos o período atual por meio da imaginação utópica, no sentido de trazer à luz a força política da mudança, de alternativas que contraponham à lógica destrutiva inerente ao processo de globalização contemporânea.
Para isso, propõe o “utopismo dialético”, uma forma de utopismo espaço-temporal, em que o processo de produção destas duas dimensões - espaço e tempo - terão de ser incorporados ao pensamento utópico, para pensarmos o utopismo hoje. Seu propósito é, no entanto, instigar-nos a esta tarefa, convocando-nos a sermos “arquitetos de nosso próprio destino e de nossa própria sorte”, convertendo a esfera do trabalho, em uma sementeira de capacidades e potencialidades humanas a fim de mudar o mundo e a nós mesmos. Pensa isto em contraponto ao status degradado e ignóbil de uma “abelha operária” sob o capitalismo, a redução do ser social à “marionetes dos mundos institucionais e imaginativos que habitamos”, baseando-se nas reflexões de Unger.
O livro está dividido em quatro partes assim identificadas: Parte 1“Desenvolvimentos Geográficos Desiguais”; Parte 2 - “Dos Corpos e das Pessoas Políticas no Espaço Global”; Parte 3- “O Momento Utópico”; e Parte 4- “Conversações sobre a
Pluralidade de Alternativas”. Há ainda um apêndice intitulado “Edília, ou faça disso o que quiser”. Os capítulos da Parte 1 estão voltados, sobretudo para a discussão das contribuições de Marx para uma leitura do real, recuperando a importância de clássicos da tradição marxiana, como o “Manifesto Comunista” e