Resenha: Escritos de Educação
RESENHA:
ESCRITOS DE EDUCAÇÃO
UNESP- FRANCA 2013
Escritos de educação
Logo no início Pierre Bourdieu faz alusão a uma “escola libertadora”, que deveria ter como objetivo a mobilização social. Porém, segundo ele, a escola funciona mais como um método de disfarce para a conservação da desigualdade social. A esse respeito, cita formas de exclusão social de jovens que pretendem ingressar em uma universidade, onde os mais abastados possuem maiores chances de ingressar no ensino superior. O autor entra em uma discussão sobre o êxito dos alunos nas escolas, e o relaciona a “herança cultural”, ou seja, a influência do meio familiar no âmbito escolar. Para o autor francês, a família contribui para o chamado “capital cultural”, que é a transmissão de cultura dentro do circulo familiar – de pais para filhos. No entanto, essa transmissão depende do nível cultural de cada família, e de sua condição social. Pais que possuem algum tipo de formação acadêmica, e um poder inquisitivo maior, tendem a transmitir aos filhos toda a carga cultural que possuem: levam os filhos ao teatro; a exposições de artes; concertos; museus; cinema; etc.. Esses pais optam por colocar seus filhos em escolas e escolhem as escolas. Incentivam no aprendizado escolar de seus filhos, fazendo com que a “herança cultural” da classe culta reforce a ideia de que seu conhecimento surge como um dom natural. A cultura em si, é como um conjunto de valores que moldam o indivíduo em um meio social. Nas classes cultas, em contraste com as classes populares, pode-se observar que o acesso à cultura é bem mais abrangente. O capital cultural está estreitamente ligado à questão da dominação social: os modelos de provas e as matérias escolares mais valorizadas são consequências da valorização de um “conhecimento” da classe culta. Para Bourdieu, as crianças de classe média são estimuladas por seus pais a estudarem e obterem êxito nos estudos a fim de que