Resenha dos capítulos 1 e 3 do livro: "O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU" de Olivier Sacks
No primeiro capítulo de seu livro, com o mesmo nome, Olivier Sacks (Companhia das letras 2006), aborda a história de um musicista inicialmente diagnosticado com problemas visuais, mas que possui na realidade agnosia visual. Ele não identificava mais os rostos de seus alunos e de sua família.
Como de fato aconteceu com o Dr. P., a agnosia é comumente confundida inicialmente com um tipo de cegueira, tratando-se na verdade de um déficit na percepção visual da pessoa, que deixa de ser capaz de identificar com precisão rostos e outros objetos abstratos. Os traços vistos já não são mais corretamente “interpretados” e agrupados como uma figura completa.
A Agnosia não é, portanto, uma alteração exclusiva das sensações nem exclusiva da capacidade central de perceber objetos externos, mas uma alteração intermediária entre as sensações e a percepção.
O livro não deixa claro, o motivo que ocasionou a doença no Dr. P. (talvez uma doença degenerativa ou um tumor), mas sabe-se que essa agnosia costuma ser ocasionada por lesões nas áreas corticais do lobo occipital. No livro, o Dr. Sacks de início, em seu consultório, não identificou qual seria o problema de seu paciente, mas posteriormente, no apartamento do Dr. P. constatou que seus lóbulos temporais estavam intactos e que ele possuía um córtex musical ótimo, mas questionou-se quanto aos lobos parietal e occipital responsáveis pelo processamento visual.
Uma vez que o lobo occipital interpreta conjuntamente os traços isolados que formam um objeto, a pessoa passa a identificar apenas os diferentes pontos e figuras, não conseguindo as reconhecer como um objeto em si. O Dr. P. era perfeitamente capaz de identificar formas básicas e figuras geométricas, mas não identificava rostos e expressões faciais, nem mesmo as de seus próprios parentes.
Isso fica claro quando o autor transcreve como o Dr. P. identifica as formas como decágonos, por exemplo, ou identifica o