Resenha: documentário ilha das flores
O documentário Ilha das Flores não precisa de mais de cerca de apenas 13 minutos para reclamar o ciclo da sociedade consumista e a absurda desigualdade social brasileiras. Baseando-se em ciências sociais, aborda a relação humana com a socioeconômica, o curta apresenta o passado, o presente e o futuro dos fatos, mais especificamente dos tomates que são nada mais e nada menos que os protagonistas do relato, como um percurso, no qual aponta as feridas e cicatrizes de uma distribuição de renda no mínimo deficiente.
O trabalho é narrado do começo ao fim por Paulo José que se mostra crítico e irônico, tornando o documentário até divertido, adjetivos que empregam-se também ao nome do local “Ilha das Flores”, onde se passa parte da história, que é na verdade um lixão, daí o título do curta.
Com produção de Giba Assis Brasil, Mônica Schmiedt e Nôra Gulart, edição também por Giba Assis Brasil e roteiro de Jorge Furtado, o drama ratificou sua força conquistando os prêmios de Melhor Curta, Melhor Edição, Melhor Roteiro e Crítica no Festival de Gramado em 1989, Urso de Prata no Festival de Berlim em 1990, Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand e Prêmio do Público na Competição “No Budget” no Festival de Hamburgo em 1991.
A marca registrada gritante de Ilha das Flores que chama atenção é a criatividade. Por fim, quem diria que o trajeto de um simples tomate poderia descrever a política econômica da sociedade e suas consequências