Resenha do texto“ Arte Moderna: Algumas Considerações” de Annateresa Fabris.
Não é possível separar a busca pelas novas formas de percepção, da concepção de arte moderna. Há uma nova visão do fazer artístico, como uma maneira autônoma de criação. Essa autonomia significa uma percepção diferente em relação da criação com o espaço e o tempo, possui sua própria “vontade” de ser e existir, diferente da realidade exterior. É uma mutação na forma de perceber e estruturar. É regida por leis próprias, e não mais pelos recursos acadêmicos; um processo de visão peculiar do artista. O autor passa a ter um papel ativo na decodificação da obra de arte.
Esta é a época em que duas revoluções estão presentes no cotidiano social, a Revolução Política e a Industrial. A vida social passa por uma mutação nesse momento, a tradição entra em colapso.
Nesse período, Hegel decreta a morte da obra de arte, pois a criação artística se vê delegada a um segundo plano, uma vez que nos dias atuais a obra de arte se torna incapaz de satisfazer a necessidade derradeira de Absoluto. Ao retomar a distinção entre o conhecimento intuitivo e o intelectual, ele demonstra um novo conceito de arte na sociedade, que se estrutura em conceitos que regem o industrialismo
Esse novo momento passa a ter um significado para a arte, ao qual ela abandona as raízes com o passado e a tradição e a modernidade é o presente agora. Coubert coloca em xeque a ideologia acadêmica, mas não consegue abolir a distância da obra em si. Manet já consegue proporcionar essa ruptura, uma vez que vê o mundo não apenas em sua realidade atual, como também na pintura, enxerga uma realidade igualmente concreta. Isso faz com que o espectador “entre” em suas telas, abolindo a distância de sua obra. Ela possui lógica pictórica, segundo Daix, pois aplica em sua arte, o mesmo positivismo que a burguesia aplica em