Resenha do texto "sobre clássicos, tradições e o campo comunicacional"
Falar sobre o passado na Ciência é também falar sobre a importância dos clássicos e demarcar os autores considerados marcantes e fundadores nesse campo. Na Sociologia, por exemplo, os ícones Durkheim, Marx e Weber são pontos de partida do discurso da disciplina. Diferente das Ciências Naturais as suas contribuições ainda são examinadas e possibilitam o conhecimento aprofundado do campo. Na Comunicação a situação é diferente. Harold Lasswell, Paul Lazarsfeld, Carl Hovland e Kurt Lewin, que acabam representando o papel de clássicos, encontram-se perdidos em discursos que privilegiam apresentações cronológicas do desenvolvimento do saber comunicacional.
A primeira referência oficial a palavra clássico na vida acadêmica colocou os clássicos no passado e os deu a autoridade. A discussão sobre as relações entre o conhecimento científico novo e o conhecimento científico antigo ganha força no século XIX, onde o questionamento da natureza de cada ciência começa a fazer parte dos debates epistemológicos, diferenciando-se em cada campo. Para as Ciências Naturais, a continuidade já está internalizada em sua constituição. As Ciências Naturais possuem aquilo que Kuhn chama de "exemplares", onde o regresso a eles não é tão necessário, pois estão implícitos nas teorias contemporâneas, eles foram assimilados e datados. As Ciências Sociais ora tenta se equiparar às Ciências Naturais, ignorando suas características distintas; ora reconhece o retorno aos clássicos como um elemento importante e decisivo na formação de seus discursos. O clássico é considerado uma obra elaborada, possível de adaptação e de aplicação a uma nova situação. São os clássicos que integram e dão continuidade aos conhecimentos e discursos produzidos na contemporaneidade. Mas tanto em um quanto em outro, os clássicos representam a porta de entrada na tradição de um