Resenha do texto Aprender Antropologia

A antropologia é a “ciência do homem”, o “pensamento do homem sobre o homem”, ou seja, tira-se a natureza do foco e coloca-se o homem como objeto de observação e análise. O antropólogo, porém, não pode, enquanto tal, exercer influência ou interferir diretamente nos aspectos, por exemplo, políticos e econômicos das sociedades por ele estudadas. Nenhuma interferência deve ser feita além da explicitação, a essas sociedades, de suas em relações a outras. A organização de tais sociedades não é sua função como antropólogo. Agora, sua participação na luta pelos direitos humanos e minorias étnicas é uma mera consequência de sua profissão pois são uma forma de preservação e manutenção de seu objeto de estudo e seu dever como cidadão que também vive em uma sociedade. O antropólogo encontra-se constantemente enfrentando o seguinte problema: o desaparecimento das culturas “primitivas”. Deve-se lembrar que antropologia é o estudo das sociedades e do homem, não necessariamente há muito passadas e esquecidas pelo tempo, mas também das que convivem com ele no mesmo espaço temporal e que a nomenclatura primitivas não diz respeito à época de sua existência, mas sim das suas características culturais em relação à do pesquisador. O abandono dessa “primitividade” dá-se pelo fato de que há uma constante evolução, tecnológica e cultural, dessas sociedades.
O “projeto antropológico” tem seu início tardio na história no continente europeu, mas só foi começar a adquirir legitimidade na segunda metade do século XIX tendo como objeto empírico de estudo sociedades mais remotas, denominadas primitivas. Para validação da pesquisa era necessária manter a dualidade entre pesquisador e pesquisado através da distância temporal entre ambos. Tal distância, inicialmente, é geográfica. Os primeiros antropólogos tomaram por foco de estudo as comunidades sociais mais longínquas da sua tendo por características o atraso tecnológico, em relação à do pesquisador, e pouco contato com as comunidades,