Resenha do primeiro capítulo da tese “atividades experimentais, do método à prática construtivista”
O primeiro capítulo da tese de doutorado “Atividades Experimentais, do método à prática construtivista”, de José de Pinho Alves Filho, tematiza a tomada de consciência a respeito da importância da inclusão das atividades experimentais nos cursos secundários de Física do Brasil, por volta dos anos 50 do século XX, e a sempre adiada passagem da intenção à execução de tais atividades.
O autor utiliza como material para análise os livros didáticos, uma vez que eles selecionam e organizam os conteúdos que serão ensinados; indicam a abrangência e a profundidade com que tratarão os temas e dão pistas da concepção de ensino que os inspiram e inspirará nos professores em sala de aula.
Segundo o autor, os livros didáticos que prevaleceram até meados do século XX tinham a forma de compêndios, nos quais um autor organizava o material com base em suas experiências de ensino. Trata-se de um livro de caráter informativo, nos quais se privilegia a descrição racionalmente encadeada, sendo o tema anterior pressuposto para o entendimento do tema seguinte. Entre os conceitos e as definições apareciam as descrições de experimentos e não ofereciam sugestões de exercícios ou atividades de laboratório que pudessem ser realizadas pelos alunos.
No ensino secundário, os livros didáticos se distanciavam apenas em profundidade dos dedicados ao ensino superior, mas a abrangência dos temas tratados é muito maior do que se comparada com os dias de hoje. O resultado desse formato de livro seria o incentivo à memorização, por parte do aluno, e a verbalização, por parte do professor.
Após a década de 50, com o aumento da importância da preparação para os vestibular, os livros didáticos passaram a incorporar mais sugestões de exercícios, e, ao que parece, a resolução de exercícios em sala já assumia outra importância. Paralelamente, começa a se