Resenha do Poema - "A flor e a náusea"
Carlos Drummond de Andrade
Considerando-se que um poema pode apresentar diversas interpretações a cada vez que é lido, propõe-se retratar a leitura que se fez do poema "A Flor e a Naúsea", escrito por Carlos Drummond de Andrade, no tempo presente, exatamente hoje e agora - a leitura de amanhã seria, definitivamente, outra.
De acordo com Drummond, a função da poesia é a conscientização e a “saída da zona de conforto”, para que seja possível transformar e modificar qualquer situação de incômodo. Além disso, podemos ressaltar que toda ideia transmitida através da poesia pode ser inspirada em determinada época. Entretanto, é importante que se estabeleça um vínculo com a realidade atual. Analisar poemas nos permite a proximidade do passado, presente, e até mesmo futuro.
Como panorama geral, a linguagem usada por Drummond aproxima o leitor da mensagem que se quer transmitir. Utiliza-se de uma linguagem simples e fácil em sua escrita, o que possibilita que o leitor receba o discurso e o decifre. É colocada em seus textos a busca por novos rumos e pela quebra de fronteiras. Drummond utiliza-se também de fatos cotidianos, através de uma linguagem que mistura clareza e metáfora. O mesmo acontece no poema “A flor e a náusea”, em que o que é realmente importante é o significado que seus elementos possuem quando unidos.
O poema se contrapõe à consciência mesquinha do homem durante a crise vivida pela sociedade nos anos de 1940. O mundo é um lugar sufocante e a existência, por sua vez, torna-se um perigo constante por estar sujeita a revelar-se inútil e insignificante. Desta forma, a grande temática é a desilusão e a dor em relação à “miséria” em que vivemos hoje - repleta de mecanismos e pobre de humanidade, que funciona como uma autoanálise e gera revolta e muitos aborrecimentos. Em meio a tantas proibições, injustiças, degradação da sociedade, nasce a busca do eu lírico em questionar e protestar valores e conceitos pré-determinados.