Resenha do livro Modernidade Líquida
O livro trata das diferenças das épocas denominadas modernidade, em que a característica era a firmeza das relações tradicionais, em relação a época posterior, a pós-modernidade, caracterizada pela volatividade das relações em todos os ambientes.
Na modernidade uma pessoa poderia planejar o que faria na vida, como ter uma família sólida, um emprego sólido, que perdurariam durante toda a sua vida; ao contrário, no período da pós-modernidade, nada disso é possível, uma vez que os empregos não são para toda a geração, assim como a família, em virtude da precariedade do casamento; trata, também, da mudança da forma da própria família, pois na época da modernidade, os filhos eram criados por suas mães; na pós-modernidade, esse parâmetro não existe mais, em razão da mudança do papel da mulher na sociedade, de modo que as crianças são criadas, em regra, pelos avós ou pela escola.
“Os primeiros sólidos a derreter foram as lealdades tradicionais, os direitos costumeiros e as obrigações que restringiam as iniciativas. Derreter os sólidos significa, como dizia Weber, libertar a empresa de negócios dos grilhões dos deveres para com a família e o lar da densa trama de obrigações éticas.
O derretimento dos sólidos levou à progressiva libertação da economia de seus tradicionais embaraços políticos, éticos e culturais.
O que está a acontecer hoje é a realocação dos poderes do derretimento, pois afetaram as instituições existentes e os padrões de comportamento. Na verdade, nenhum molde foi quebrado sem que fosse substituído por outro; as pessoas foram libertadas de suas velhas gaiolas apenas para ser censuradas caso não conseguissem se realocar, através de seus próprios esforços, contínuos e verdadeiramente infindáveis, da nova ordem.
A força militar e seu plano de guerra de atingir e correr prefigura, incorpora e pressagia o que de fato está em jogo no novo tipo de guerra na era da modernidade líquida: não a conquista do novo